"Jesusalém", Mia Couto
Com prefácio de Miguel Real do qual destaco dois excertos:
"(...) Saramago ostenta os bloqueios sociais, geradores de situações absurdas, satíricas e até surrealistas. Agustina acentua a decadência de uma sociedade enfatizando a decadência da Casa (indícios de ruínas nos solares e casarões do Douro)e a desagregação da Família (partilhas , hipocrisia, intrigas de sangue...). Gonçalo M. Tavares exalta aspetos de violência individual e social sem sentido, de desorientação esquizoide da personalidade das personagens. Rui Nunes, mas também Hélia Correia e, até, algum Lobo Antunes, utilizam um léxico próprio da degradação, da decadência, da assunção de valores da negatividade e do aviltamento. Assim o faz igualmente Mia Couto, marcando a atmosfera social e a personalidade individual das personagens com um universo lexical característico da decrepitude, da caducidade, da decadência, do esboroamento, da ruína, isto é, da putrefação e da abjeção."
"Um dos pouquíssimos romances eternos publicados no pós - 25 de Abril, que merece ser saboreado lentamente, em cada página, isto é, como se cada página fosse um romance por inteiro".
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